cover
Tocando Agora:

Governo de SP abre consulta pública para concessão de seis parques urbanos na capital à iniciativa privada

A consulta pública funciona para o projeto atender às necessidades reais da comunidade. Para participar, cidadão tem de enviar suas sugestões até 17 de jul...

Governo de SP abre consulta pública para concessão de seis parques urbanos na capital à iniciativa privada
Governo de SP abre consulta pública para concessão de seis parques urbanos na capital à iniciativa privada (Foto: Reprodução)

A consulta pública funciona para o projeto atender às necessidades reais da comunidade. Para participar, cidadão tem de enviar suas sugestões até 17 de julho. Piscina do Parque Ecológico do Tietê, em 2019. Bárbara Muniz Vieira/G1 A gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) iniciou nesta segunda-feira (16) uma consulta pública para a concessão de seis parques urbanos na cidade de São Paulo à iniciativa privada. Segundo o governo, a ideia é ouvir a população antes de finalizar o projeto de concessão visando modernizar operação, manutenção e infraestrutura desses espaços. A consulta pública funciona para o projeto atendar às necessidades reais da comunidade. ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp Para participar, o cidadão tem que enviar suas sugestões até 17 de julho para o e-mail parquesurbanos@cpp.sp.gov.br, informando seus dados pessoais ou institucionais, e acessar os documentos no site da Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI). Os documentos e as informações estão disponíveis no site da SPI. O governo estima mais de R$ 144,7 milhões em investimentos ao longo do período, sendo R$ 60,4 milhões já nos primeiros quatro anos. Os parques incluídos no projeto são: Parque da Juventude Dom Paulo Evaristo Arns Parque Estadual do Belém Manoel Pitta Parque Ecológico do Tietê – Núcleo Engenheiro Goulart Parque Vila Jacuí Parque Maria Cristina Hellmeister de Abreu Parque Itaim Biacica O modelo proposto é uma concessão administrativa em que uma empresa ou um consórcio privado será responsável, durante 30 anos, por gestão, operação, manutenção, modernização e exploração de serviços acessíveis ao público nos seis parques urbanos listados. Piscinas do Parque Ecológico do Tietê são aterradas e moradores lamentam: 'Lazer que faz falta' Um dos destaques é a reativação do conjunto aquático no Parque Ecológico do Tietê, que contará com piscinas para recreação, prática esportiva e uso infantil. Segundo a gestão, entre as melhorias previstas estão a requalificação das estruturas existentes, a ampliação de áreas de lazer, a criação de equipamentos esportivos e a implantação de novos serviços voltados ao bem-estar da população. Troca de pastas Em maio, a gestão Tarcísio decidiu retirar a gestão dos dez parques concedidos à iniciativa privada da Secretaria de Meio Ambiente e Logística para passar à pasta de Parceria em Investimentos. A mudança ocorreu a cinco meses da 30ª Conferência Mundial das Mudanças Climáticas, a COP 30, um dos principais eventos sobre o tema no mundo, que acontecerá em novembro em Belém, no Pará. Com isso, a Secretaria de Parcerias e Investimentos é quem passa a representar o governo do estado nos contratos com as cinco concessionárias que administram parques no estado. E serão esses os profissionais responsáveis, por exemplo, pela estruturação, pelo monitoramento e pela condução desses contratos. A secretária do Meio Ambiente, Natália Resende, já havia antecipado que algumas mudanças seriam anunciadas (leia mais abaixo). Agora, o secretário responsável pelos contratos será Rafael Benini, que é muito próximo do mercado e das empresas, e é quem coordena os processos de desestatização dentro do governo paulista. A Agência Reguladora dos Serviços Públicos (Arsesp) continua sendo responsável pela fiscalização do cumprimento de todas as cláusulas dos contratos, incluindo as ambientais. O governo do estado afirma que, apesar da mudança, a preservação ambiental continua sendo prioridade, já que a Secretaria do Meio Ambiente se mantém como a responsável pela elaboração de políticas públicas e também pela definição das normas ambientais. Rafael Antônio Cren Benini, secretário de Parcerias e Investimentos de SP a partir de 2023. Bruna Sampaio/Alesp Concessões de parques A secretária estadual do Meio Ambiente afirmou em maio que o governo está empenhado em rever os contratos e apertar a fiscalização nos parques concedidos à iniciativa privada para as concessionárias melhorarem os investimentos nos equipamentos. Atualmente, São Paulo tem ao menos dez parques que passaram para a administração da iniciativa privada durante a gestão do ex-governador João Doria (ex-PSDB), mas que tiveram pouca mudança em questão de infraestrutura e reforma de equipamentos internos. Embora as concessionárias estejam dentro do prazo contratual para realização dessas melhorias, a secretária admitiu que há uma insatisfação dos usuários e do próprio governo com esses prazos, que tem levado a Arsesp a intensificar as fiscalizações. “São contratos que vieram de outra administração, mas a gente está apertando a fiscalização e a regulação. A gente fortaleceu a Arsesp para ela entrar com uma regulação mais forte e agora a gente está melhorando a governança pra olhar o contrato e cobrar, exigir o cumprimento. A gente herdou um contrato que a gente quer sempre melhorar”, contou a secretária. A secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo, Natália Resende. Divulgação/GESP E completou:“Nós vamos sentar com as concessionárias do Água Branca e outros parques para olhar o contrato e ver como a gente consegue melhorar. A gente está olhando todos os contratos no Meio Ambiente, com o plano só para parques e unidades de conservação. A Arsesp está focada nisso, para fazer tudo de forma coordenada, para olhar o passado e olhar o futuro”. Moradores denunciam irregularidades na concessão do Parque da Água Branca No Parque da Água Branca, por exemplo, reportagem do g1 no início do mês mostrou que ainda há banheiros e prédios danificados. A concessionária Reserva Parques disse, por meio de nota, que as obras seguem o cronograma previsto no Plano de Intervenções, com prazo até 2028 para conclusão, seis anos depois da assinatura da concessão, que é datada de agosto de 2022. Situação dos banheiros principais do Parque da Água Branca, em registro feito no dia 26 de abril de 2025. Rodrigo Rodrigues/g1 A empresa disse, ainda, que pretende antecipar reformas em alguns banheiros. No caso do Parque Villa Lobos, o orquidário Ruth Cardoso, símbolo do parque, que já estava fechado quando a concessionária assumiu a administração, também tem prazo de reforma de 36 meses, a partir da assinatura do contrato, para ser reformado, segundo a empresa. Lista de parque concedidos à iniciativa privada em São Paulo, segundo a Arsesp. Reprodução/Arsesp Deterioração do orquidário Ruth Cardoso, dentro do Parque Villa-Lobos, Zona Oeste de SP, em 15/09/2023. Rodrigo Rodrigues/g1