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A um ano da campanha eleitoral, Lula reúne ministros para fazer balanço e projetar entregas de 2026

Lula diz que três mandatos incomodaram muita gente: 'Imagina se tiver o quarto' O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comanda nesta terça-feira (26) um...

A um ano da campanha eleitoral, Lula reúne ministros para fazer balanço e projetar entregas de 2026
A um ano da campanha eleitoral, Lula reúne ministros para fazer balanço e projetar entregas de 2026 (Foto: Reprodução)

Lula diz que três mandatos incomodaram muita gente: 'Imagina se tiver o quarto' O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comanda nesta terça-feira (26) uma reunião com sua equipe de ministros para fazer um balanço do governo e projetar entregas de obras e projetos até 2026, ano em que o petista planeja disputar a reeleição. 🔎 O encontro, no Palácio do Planalto, ocorre a pouco mais de um ano antes da eleição. Em outubro de 2026, os brasileiros escolherão presidente, governadores, senadores e deputados federais e estaduais. 👉🏿 Lula, que completa 80 anos em outubro, está no terceiro dos quatro anos de seu terceiro mandato. O presidente tem dito que disputará as eleições presidenciais de 2026 se mantiver a saúde. No momento, Lula figura à frente dos demais candidatos nas pesquisas de intenção de votos, que refletiram a recente melhora na aprovação do governo. O presidente Lula durante discurso na Cúpula dos Países Amazônicos em Bogotá, Colômbia Ricardo Stuckert/Presidência da República Eleições de 2026 Todos os 38 ministros foram convocados para reunião desta terça, que visa avaliar o andamento das propostas e projetar os últimos 16 meses de governo. Lula tem cobrado publicamente resultados de seus ministros. Em um evento neste mês, o presidente reclamou que os ministros devem informá-lo sobre eventuais problemas, que "se não chegam ao presidente, as coisas não acontecem" e que seu governo "não tem mais muito tempo". Esta é a segunda reunião ministerial de 2025. No encontro de janeiro, Lula falou em tentar "corrigir" erros e destacou que os adversários "já estão em campanha". No momento, governadores de partidos de direita ensaiam candidaturas ao Planalto, já que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está inelegível. Entre os governadores cotados estão Tarcísio de Freitas (São Paulo), Ratinho Jr (Paraná), Romeu Zema (Minas Gerais) e Ronaldo Caiado (Goiás). Foto postada por Tarcísio de Freitas mostra Bolsonaro ao lado de governadores antes de ato pró-anistia Reprodução Prioridades do governo O governo tem uma série de prioridades para executar até o próximo ano, entre as quais: aprovação do projeto que isenta de Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil por mês; lançamento do programa Gás para Todos, uma nova modalidade do auxílio gás; proposta de emenda à Constituição (PEC) que amplia a participação da União nas ações de segurança pública; regulamentação das big techs entregas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), principal vitrine do governo na área de infraestrutura. Projeto do Imposto de Renda A ampliação da faixa de isenção do IR para R$ 5 mil foi uma das promessas de campanha do presidente Lula. Atualmente, estão isentos do pagamento de IR quem ganha até dois salários mínimos deste ano, o equivalente a R$ 3.036. Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou um requerimento de urgência para o projeto. O texto já foi aprovado em uma comissão especial e, agora, poderá ser votado diretamente pelo plenário. 🔎 A proposta é relatada pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e também prevê um desconto parcial para quem tem rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7.350. A base do governo pressiona para que o tema entre em pauta o quanto antes, mas a votação deve ser realizada em setembro. Tem crescido o movimento deputados que querem derrubar a compensação proposta pelo governo no projeto. Em 2026, a isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil vai custar R$ 25,8 bilhões. Por isso, o governo propôs a tributação com uma alíquota progressiva de até 10% de rendimentos acima de R$ 600 mil por ano. A reunião de líderes, marcada para esta terça-feira (26), vai definir quando a matéria entrará em votação. Lira manifestou a aliados a vontade de colocar o texto em votação somente após um acordo de lideranças, para evitar que a proposta seja desfigurada. Programa Gás para Todos Previsto para ser lançado em setembro, o Gás para Todos é uma nova modalidade do Auxílio Gás. O governo pretende ampliar o programa já existente, mas agora direcionando para famílias inscritas no Cadastro Único, com renda igual ou inferior a meio salário mínimo. A previsão é que 17 milhões de famílias sejam beneficiadas pelo programa até dezembro de 2027. O benefício será exclusivo para retirada do botijão, sem a possibilidade da família utilizar o recurso em outro tipo de gasto. As revendedoras de gás receberão pelo botijão um valor de referência regionalizado definido pelo governo. O Gás para Todos é considerado por auxiliares de Lula uma das principais apostas para ampliar a popularidade do presidente, em especial no próximo ano, quando o petista deve disputar a reeleição. PEC da Segurança O governo Lula também trabalha para aprovar, no Congresso, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública. O texto foi aprovado em julho na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Foram 43 votos a 23. Agora, segue para análise em comissão especial da Casa. O relator, deputado Mendonça Filho (União-PE), retirou do seu relatório a prerrogativa exclusiva da União para legislar sobre o tema. Esse foi o principal ponto de embate durante a análise do texto na comissão. Regulamentação das big techs O governo deve enviar ao Congresso projetos de lei sobre a atuação das plataformas digitais no Brasil. Uma proposta cria regras para regulação de conteúdo. A outra trata da regulação econômica, com medidas para coibir práticas de concorrência desleal pelas plataformas. O "PL das big techs" terá dispositivos para proteger os direitos de influenciadores digitais e de figuras públicas pelo uso indevido da imagem. Planalto começa a ver peso maior de big techs que de Bolsonaro no tarifaço de Trump A ideia é obrigar as big techs a serem mais transparentes com os criadores de conteúdo e também tomarem medidas para prevenir que as imagens de pessoas conhecidas sejam usadas para a aplicação de golpes e na disseminação de informações falsas. Entregas do PAC O presidente Lula também deseja acelerar as entregas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), principal vitrine do governo na área de infraestrutura. No entanto, as obras do programa sofrem com restrições de recursos e paralisações. Para cumprir o arcabouço fiscal — que são as regras que fixa limite para as contas públicas — e as metas, atualmente há um bloqueio de R$ 10,7 bilhões no orçamento deste ano, atingindo verba direta do PAC. O g1 questionou o governo sobre qual valor de impacto no PAC, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem. No mês passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) informou que, até abril de 2025, das 22.621 obras mapeadas, 11.469 estão paralisadas, o que representa 50,7% do total. As áreas mais afetadas continuam sendo educação e saúde, que concentram 70% das paralisações. No total, 8.053 obras desses setores estão inacabadas. O g1 procurou a Casa Civil para um balanço atualizado de obras mapeadas e paradas, segundo o governo, e não teve retorno até a última atualização da reportagem.